O sucesso representou o crescimento da Black Dragons. Aos poucos, Nicolle teve sua agenda tomada por tarefas executivas e administrativas. E deixou de dispor de tempo para criar conteúdo para o canal, fazer lives e até mesmo participar dos treinos, tão fundamentais para o entrosamento com o restante do time. Em um contexto de criação do mercado e fortalecimento dos campeonatos, surgiram obrigações novas como salários, CPNJ, contabilidade…
Em consequência, o rendimento de sua gameplay começou a cair. E os outros jogadores sugeriram
que ela fosse para a reserva. Nicolle percebeu que, para que a organização
continuasse a crescer — não apenas midiaticamente, mas do ponto de vista de
títulos — seria preciso sacrificar seu espírito competitivo para desenvolver o
lado empresarial. “Foi ruim, para mim, sair do competitivo, mas era um processo
necessário. Eu percebi que ganhava mais focando na carreira como influenciadora
e criadora de conteúdo, assim chamando mais marcas”, reflete.
No início da trajetória, Nicolle fazia de tudo um pouco. Até as artes de divulgação das
partidas eram confeccionadas por ela, que também cuidava das inscrições nos
campeonatos, do recebimento e da distribuição das premiações, além de outras
tarefas burocráticas. “Minha mãe sempre me ensinou: se você não arregaçar as
suas mangas, ninguém vai fazer por você. E foi assim que evoluí como
empresária, na base da oferta e da demanda”, brinca.
Hoje, como CEO da Black Dragons e morando em São Paulo desde 2019, Nicolle não tem uma rotina
rígida — seu dia pode começar com uma gravação pela manhã e terminar com uma
palestra à noite. E, apesar de supervisionar praticamente todo o funcionamento
da BD, ela tem conseguido expandir a equipe e delegar tarefas. Hoje, suas
principais atribuições estão nas áreas do Comercial e do Marketing. Ela também
atua para a construção de laços no mercado e a captação de novos investidores.
E contribui ainda para o recrutamento de novos talentos e para a transmissão de
conhecimento adiante. “Pelo meu nome ter um peso, ele acaba mexendo na
balança”, justifica.
A Black Dragons conta atualmente com uma equipe administrativa de 20 pessoas e abriga diversas modalidades — entre atletas, coaches e outros profissionais —, que já
conquistaram mais de 50 títulos nacionais e 15 internacionais, sendo 3 campeonatos mundiais.
Recentemente, a BD foi adquirada pela Holding Dreamers, dona de empresas como Rock in Rio, Artplan, GameXp e tantas outras. A princípio, a nova empresa trabalhará sob quatro pilares: Campeonatos – identificação de oportunidades de exposição das marcas. Influenciadores – oferta de marketing de influência, formando um squad de influenciadores para as marcas parceiras que divulgará o time de e-sports e seus patrocinadores. Agência de Comunicação – especializada no cenário de games e e-sports, criando estratégias e planejamentos para as marcas e Educação – elaboração de cursos profissionalizantes específicos da área.